Arquitetura Rococó

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O Rococó é um estilo que se desenvolveu principalmente no sul da Alemanha, Áustria e França, entre 1730 e 1780, caracterizado pelo excesso de curvas caprichosas e pela profusão de elementos decorativos como conchas, laços, flores e folhagens, que buscavam uma elegância requintada.

O termo rococó deriva da palavra francesa rocaille, que significa “concha” ou “cascalho”, um dos elementos decorativos mais característicos desse estilo. Esteve bastante associado a fórmulas decorativas e ornamentais como a técnica de incrustação de conchas e pedaços de vidro, usados na decoração de grutas artificiais. Foi um movimento estético que surgiu na Europa entre o início e o fim do século XVIII, migrando para a América e sobrevivendo em algumas regiões até meados do século XIX.

Caracterizou-se acima de tudo por sua índole hedonista e aristocrática, manifestada em delicadeza, elegância, sensualidade e graça, e na preferência por temas leves e sentimentais, onde a linha curva, as cores claras e assimetria tinham um papel fundamental na composição da obra. Foi muitas vezes alvo de apreciações estéticas pejorativas.

História

O Rococó nasceu em Paris em torno da década de 1720 e perdurou até aproximadamente 1770 como uma reação da aristocracia francesa contra o Barroco suntuoso, palaciano e solene praticado no período de Luís XIV. Da França, onde assumiu sua feição mais típica e onde mais tarde foi reconhecido como patrimônio nacional, o Rococó logo se difundiu pela Europa, mas alterando significativamente seus propósitos e mantendo do modelo francês apenas a forma externa, com importantes centros de cultivo na Alemanha, Inglaterra, Áustria e Itália, com alguma representação também em outros locais, como a Península Ibérica, os países eslavos e nórdicos, chegando até mesmo às Américas.

De uma forma geral é possível dizer que o Rococó foi um movimento artístico europeu, aparecendo na França, entre os movimentos do Barroco e do Arcadismo. Visto por muitos como a variação “profana” do barroco, surge a partir do momento em que o Barroco se liberta da temática religiosa e começa a incidir-se na arquitetura de palácios civis. É possível também afirmar que o Rococó era o Barroco levado ao exagero de decoração.

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A expressão “época das Luzes” é, talvez, a que mais frequentemente se associa ao século XVIII. Século de paz relativa na Europa, marcado pela Revolução Americana em 1776 e pela Revolução Francesa somente em 1789. No âmbito da história das formas e expressões artísticas, o Século das Luzes começou ainda sob o signo do Barroco. Quando terminou, a gramática estilística do Neoclassicismo dominava a criação dos artistas. Entre ambos, existiu o Rococó. Na ourivesaria, no mobiliário, na pintura ou na decoração dos interiores dos hotéis parisienses da aristocracia, encontram-se os elementos que caracterizam o Rococó: as linhas curvas, delicadas e fluídas, as cores suaves, o caráter lúdico e mundano dos retratos e das festas galantes, em que os pintores representaram os costumes e as atitudes de uma sociedade em busca da felicidade, da alegria de viver, dos prazeres sensuais.

O Rococó é também conhecido como o “estilo da luz” devido aos seus edifícios com amplas aberturas e sua relação com o século XVIII.

Em Portugal aparece na numismática em cerca de 1726 e prolongou-se até 1790 nos principais domínios artísticos. Na corte e no Sul do país desaparece mais cedo, dando lugar ao neoclassicismo. É nas províncias do Norte, particularmente Noroeste, que se encontra a versão mais original do patrimônio artístico Rococó metropolitano, graças à talha dourada de formas «gordas» de certas igrejas do Porto, Braga, Guimarães, etc., executada por notáveis artistas na segunda metade do século XVIII (Fr. José de Santo António Vilaça, Francisco Pereira Campanhã, etc.) e na escultura ganítica, que decora numerosos edifícios religiosos e profanos na área: igreja da Ordem Terceira do Carmo (1758-68) por José Figueiredo Seixas, Capela do Terço (1756-75); em Viana do Castelo, a capela dos Malheiros Reimões, etc.

No Brasil o estilo revelou-se tardiamente já no início do século XIX, na escultura de madeira e de pedra-sabão, na pintura mural e na arquitetura, com José Pereira Arouca, Francisco Xavier de Brito, Manuel da Costa Ataíde e António Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

Escultura Rococó

Devido ao grande desenvolvimento decorativo, a escultura ganhou importância e os escultores do rococó abandonaram totalmente as linhas do barroco, com esculturas de tamanho menor. Embora usem o mármore, preferem o gesso e a madeira, que aceitam cores mais suaves. Os motivos são escolhidos em função da decoração. Até artistas famosos, principalmente ligados a manufatura de Sèvres apressam-se a preparar desenhos e modelos. Em função de lembrança, do souvenir, os pequenos grupos representam cenas e narram com linguagem espontânea e cores luminosas, episódios galantes, brincadeiras e jogos infantis.

Dentre os principais nomes da escultura no estilo rococó podem ser destacados o italiano Antonio Corradini e os franceses Guillaume Coustou, o Jovem e Étienne-Maurice Falconet, além do brasileiro conhecido como o Aleijadinho, aprendiz do português José Coelho de Noronha.

Pintura Rococó

Os pintores mais representativos do período foram François Boucher, Antoine Watteau e Jean-Honoré Fragonard.

A pintura do Rococó divide-se em dois campos nitidamente diferenciados. Um deles forma um documento visual intimista e despreocupado do modo de vida e da concepção de mundo das elites europeias do século XVIII, e o outro, adaptando elementos constituintes do estilo à decoração monumental de igrejas e palácios, serviu como meio de glorificação da fé e do poder civil.

Apesar de seu valor como obra de arte autônoma, a pintura rococó era concebida muitas vezes como parte integrante de uma concepção global de decoração de interiores.

Começou a ser criticada a partir de meados do século XVIII, com a ascensão dos ideais iluministas, neoclássicos e burgueses, sobrevivendo até a Revolução Francesa, quando então caiu em descrédito completo, acusada de superficial, frívola, imoral e puramente decorativa.

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A partir da década de 1830, voltou a ser reconhecida como testemunho importante de uma determinada fase da cultura européia e do estilo de vida de um estrato social específico, e como um bem valioso por seu mérito artístico único e próprio, onde se levantam questões sobre estética que floresceriam mais tarde e se tornariam centrais para a arte moderna.

Principais características

Cores claras; Tons pastéis e douramento; Representação da vida profana da aristocracia; Representação de Alegorias; Estilo decorativo; Possui leveza na estrutura das construções; Unificação do espaço interno, com maior graça e intimidade; Texturas suaves.

Existe uma alegria na decoração carregada, na teatralidade, na refinada artificialidade dos detalhes, sem a dramaticidade pesada nem a religiosidade do barroco. Tenta-se, pelo exagero, se comemorar a alegria de viver, um espírito que se expressa inclusive nas obras sacras, em que o amor de Deus pelo homem assume agora a forma de uma infinidade de anjinhos rechonchudos. Tudo é mais leve, como a despreocupada vida nas grandes cortes de Paris ou Viena.

O estilo colorido e galante predomina principalmente na decoração do interior de igrejas, palácios e teatros, mas também produz obras inquietantes na pintura e na escultura. As cúpulas das igrejas, menores que as das barrocas, multiplicam-se. A expressão máxima do Rococó na arquitetura palaciana são os pequenos pavilhões e abrigos de caça dos jardins.

Construídas para o lazer dos membros da corte, essas edificações, decoradas com molduras em forma de argolas e folhas transmitiam uma atmosfera de mundo ideal. Para completar essa imagem dissimulada, surgiam no teto, imitando o céu, cenas bucólicas em tons pastel.

A arquitetura dos irmãos Asam foi fundamental dentro do Rococó. Em sua série de igrejas do sul da Alemanha, a decoração se sobrepõe à estrutura e o interior sobre o exterior do edifício, de planejamento mais modesto. O paradigma do salão Rococó é a Kaisersaal do Palácio de Wurzburg, onde a ornamentação chega a um grau de extravagância quase quebradiça, tamanha a minúcia.

Através de ornatos ilusionistas e figuras escultóricas que voam, as paredes quase desaparecem, num efeito mágico de leveza.Inaugurado em algumas salas de Versalhes, que desenvolve a sua magnificência em vários edifícios de Paris (especialmente o Soubise Hotel). Como um marco do Rococó Bávaro, encontra-se a abadia beneditina de Ottobeuren, feita pelo arquiteto Baltazar Neumann, arquiteto adepto do Rococó, que entre suas obras está a Igreja dos Santos na Fracônia com uma exuberante decoração Rococó, e sua obra prima, o palácio da Residência em Wurzburg, destinado a eclipsar todas as demais residências principescas da Alemanha, e tem grande semelhança com o Palácio de Versalhes, embora seja fundamentalmente germânico. A estrutura da construção mostra, não apenas a habilidade arquitetônica de seu criador, mas também sua maestria como escultor e estucador.

Saiba Mais

Wikipedia

Blog Arte Clássica Eterna

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