Estamos cercados por lixo cultural

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lixo-culturalO problema das pessoas desde o século XIX, pelo menos – e vem se tornando mais grave desde então – é acharem que a idéia de “arte” ou “artista” contém algum juízo de valor. Sendo mais específico: pensam que a arte e, conseqüentemente, os artistas, são coisas boas a priori.

De acordo com a definição mais atual do que é arte, mijar nas calças pode ser considerado arte. Obviamente que é uma arte ruim, nefasta e grotesca. 

Um bandido que mete uma arma na cabeça de um pai de família e, na cadeia, começa a fazer rimas pobres envoltas por um invólucro de sons artificiais também pode ser considerado um artista. Isso não muda a sua condição de canalha imoral e cúmplice do crime organizado. 

Do mesmo modo que um playboy fabricado pela indústria cultural que seria incapaz de, sozinho, passar num teste de qualquer conservatório musical no nível iniciante, também é considerado um artista, embora não valha um tostão furado despido de toda produção, marketing, Auto-Tunes e Melodynes da vida.

Atores da Malhação, duplas de sertanejo universitário, rappers, funkeiros, arte performática ideológica, artistas universitários engajados, estamos cercados por lixo cultural.

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Por isso a imensa responsabilidade dos financiadores, consumidores, educadores e produtores de arte, de modo a reverter essa situação, fomentando, consumindo, ensinando, produzindo e valorizando a arte construtiva, sublime, moral e de boa qualidade.

Texto de Tom Martins

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