Palácio Monroe

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Este edifício magnífico das imagens abaixo era o Palácio Monroe, lamentavelmente demolido em 1976.

Palácio Monroe - 1906

Palácio Monroe – 1906

Ele localizava-se na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro e abrigou a Câmara dos Deputados, entre 1914 e 1922. Posteriormente, abrigou o Senado Federal entre 1922 e 1960 (exceto entre 1937 e 1945, durante a ditadura Vargas, quando foi dissolvido e fechado).

Palácio Monroe

Palácio Monroe

Palácio Monroe - 03

Palácio Monroe – 03

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Palácio Monroe - 1906 - Pelotão de ciclistas da marinha

Palácio Monroe – 1906 – Pelotão de ciclistas da marinha

Palácio Monroe - 1912

Palácio Monroe – 1912

Com 1700 metros quadrados de área construída, tinha elementos de sua composição arquitetônica na linguagem geral do ecletismo, num estilo híbrido, caracterizado por uma combinação liberal de diversas origens que marcou uma época de transição na arquitetura brasileira.

Palácio Monroe - Ainda denominado Pavilhão Monroe

Palácio Monroe – Ainda denominado Pavilhão Monroe

Tipo: Institucional
Endereço: Avenida Central, atual Rio Branco
Conclusão: 1904 em St. Louis, 1908 no Brasil.
Demolição: 1974-1976
Andares: 5, incluindo a cúpula, e excluindo o porão.
Arquiteto: Coronel Francisco Marcelino de Sousa Aguiar
Estilo: Segundo Império / Beaux Arts / Eclético

Planta-baixa do Primeiro Pavimento

Planta-baixa do Primeiro Pavimento

Fonte: Arquivo Nacional

Foi projetado para ser o Pavilhão do Brasil na Exposição Universal de 1904, ocorrida em Saint Louis, nos Estados Unidos da América. Conforme especificado pela Cláusula 1ª do Aviso nº 148 de 3 de julho de 1903:

“Na construção do Pavilhão se terá em vista aproveitar toda a estrutura, de modo a poder-se reconstruí-lo nesta capital.”

Palácio Monroe - Denominado Pavilhão do Brasil na Exposição Iinternacional de Saint Louis - Place Nations Photo

Palácio Monroe – Denominado Pavilhão do Brasil na Exposição Internacional de Saint Louis – Place Nations Photo

Desse modo, o arquiteto e engenheiro militar, Coronel Francisco Marcelino de Sousa Aguiar, concebeu uma estrutura metálica capaz de ser totalmente desmontada, erguendo-a, como previsto, em Saint Louis.

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Pavilhão do Brasil - Futuro Palácio Monroe na Exposição de St. Louis

Pavilhão do Brasil – Futuro Palácio Monroe na Exposição de St. Louis

Avenida Central e o Convento da Ajuda - 1906

Escadaria do Monroe já erguido no Rio de Janeiro – Avenida Central e o Convento da Ajuda – 1906

A imprensa norte-americana não poupou elogios à estrutura, destacando-a pela sua beleza, harmonia de linhas e qualidade do espaço. Na ocasião, o Pavilhão do Brasil foi condecorado com a medalha de ouro no Grande Prêmio Mundial de Arquitetura, o maior certame do gênero, à época. Naquela exposição universal, apenas um outro brasileiro, o pintor Eliseu Visconti, foi condecorado com a medalha de ouro por sua tela “Recompensa de São Sebastião”.

Cinelândia - Rio de Janeiro

Palácio Monroe e sua localização na Cinelândia – Rio de Janeiro

Palacio Monroe - 1968

Palácio Monroe – 1968

Desmontado ao final do evento, a estrutura foi transportada para o Brasil, vindo a ser remontada na cidade do Rio de Janeiro em 1906, para sediar a Terceira Conferência Pan-Americana.

Palácio Monroe - Detalhe

Palácio Monroe – Detalhe

O Barão do Rio Branco, por sugestão de Joaquim Nabuco, propôs que, ao Palácio de Saint-Louis, como era conhecido, fosse dado o nome de Palácio Monroe, em homenagem ao presidente norte-americano James Monroe, criador do Pan-Americanismo.

Palácio Monroe – 1912 – Gilberto Ferrez

Palácio Monroe - Vista para o Flamengo - Augusto Malta - 21 12 1906

Palácio Monroe – Vista para o Flamengo – Augusto Malta – 21 12 1906

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Palácio Monroe - 01

Palácio Monroe – Vista inversa da foto acima

Entre 1914 e 1922, o Palácio Monroe foi sede provisória da Câmara dos Deputados, enquanto o Palácio Tiradentes era construído. Com a inauguração deste, durante as comemorações do primeiro centenário da independência, o Senado Federal passou a utilizar o Monroe como sua sede.

Palácio Monroe - Av Beira Mar - 1931

Palácio Monroe – Av Beira Mar – 1931

O Senado Federal esteve fechado durante o Estado Novo (1937-1945). Ao término da ditadura, serviu como sede provisória do Tribunal Superior Eleitoral, entre 1945 e 1946.

Palácio Monroe - Avenida Central recém concluída - 1906

Palácio Monroe – Avenida Central recém concluída – 1906

Palácio Monroe - 02

Palácio Monroe – 02

Em meados da década de 1950, o Palácio sofreu uma obra de ampliação que lhe acrescentou um pavimento e ocupou o espaço das duas rotundas laterais, que eram vazias e serviam apenas como varandas decorativas.

Palácio Monroe - 1958 - Foto - Pedro Geiger

Palácio Monroe – 1958 – Foto – Pedro Geiger

Frente do Palácio Monroe já na época da Ditadura

Frente do Palácio Monroe já na época do Regime Militar

Foto

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Com a mudança do Distrito Federal para Brasília, em 1960, o Monroe passou a exercer a função de escritório de representação do Senado no Rio de Janeiro.

Palácio Monroe - 1968

Palácio Monroe – 1968

Vista Noturna do Palácio Monroe

Vista Noturna do Palácio Monroe

À época do Regime Militar, foi transformado em sede do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA).

Em 1974, durante as obras de construção do Metrô do Rio de Janeiro, o traçado dos túneis foi desviado para não afetar as fundações do palácio. Nessa época o Governo Estadual decretou o seu tombamento.

Palácio Monroe - em Cores

Palácio Monroe – em Cores

Uma campanha mobilizada pelo jornal O Globo, com o apoio de arquitetos modernistas como Lúcio Costa pediu a demolição do Palácio Monroe, sob alegações estéticas e de que o prédio atrapalhava o trânsito.

Palácio Monroe e vista para o Flamengo

Palácio Monroe e vista para o Flamengo

Palácio Monroe - Augusto Malta

Palácio Monroe – Augusto Malta

O então presidente Ernesto Geisel, que também não era favorável ao edifício, sob a alegação de que prejudicava a visão do Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, não concedeu o decreto federal de tombamento e, em março de 1976, o monumento foi demolido.

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Palácio Monroe - 1970

Palácio Monroe – 1970 – Pouco antes de ser demolido

No terreno assim desocupado, foi construída uma praça com um chafariz monumental, originalmente instalado na Praça Mahatma Gandhi (Rio de Janeiro).

Praça Mahatma Gandhi, onde localizava-se o Monroe

Praça Mahatma Gandhi, onde localizava-se o Monroe

Houve aqueles que lutaram pela permanência do palácio. Na edição de 28/01/1976 do Jornal do Brasil (Primeiro caderno, página 7) era noticiada a tentativa de impedimento da demolição por meio de ação popular. Neste período, final de janeiro de 1976, o palácio já se encontrava sem janelas e cúpula. Segundo Durval Lobo, chefe da Divisão Técnica Especializada de Urbanismo do Clube de Engenharia, um mandado de segurança seria a única forma de salvar o prédio. Durante sua demolição, chegou a cogitar-se transformar o palácio em sede e museu do Instituto dos Advogados Brasileiros, por meio do deputado Jorge Arbage (ARENA/PA), como noticiado pelo Jornal do Brasil em 9/3/1976, pág.8.

No Diário de Notícias de 10/01/1976 (p.2), Louis de Souza Aguiar, filho do construtor do palácio, reafirmou, em protesto, sua decisão de doar ao governo norte-americano a medalha conquistada pelo seu pai no concurso mundial de arquitetura.

Senado - Antes e Depois

Senado – Antes e Depois

Imagem

Demolição do Monroe

A demolição foi realizada pela Aghil Comércio e Indústria e de acordo com o jornal Diário de Notícias de 4/01/1976 p.9, e foi orçada em Cr$ 191.108,00, em um trabalho a ser realizado pelo período de 4 meses. Na edição de 7/01/1976, p.9, o referido jornal anunciava que os quatro leões de mármore de carrara que adornavam o palácio haviam sido vendidos para o diretor de uma financeira e que este pretendia instalar os objetos em uma casa de fazenda localizada em Minas Gerais.

Palácio Monroe - 1975 - )bras do Metrô - Acervo Cetenco Engenharia

Palácio Monroe – 1975 – )bras do Metrô – Acervo Cetenco Engenharia

Segundo a matéria, quem estava interessado nas obras era Juscelino Kubitschek. A firma contratada para a demolição afirmava que pretendia faturar o máximo com a venda de objetos de arte e material aproveitável do palácio, de forma a recuperar os 200 mil cruzeiros investidos.

Palácio Monroe - Processo de Demolição

Palácio Monroe – Processo de Demolição

Os Anjos de Bronze que adornavam a cúpula estavam orçados em Cr$ 15 mil cada, fora os vitrôs de valor histórico ainda não orçados. Na edição de 11/01/1976, capa, apurava-se que apenas com a venda de 3 mil toneladas de ferro era possível arrecadar 9 milhões de cruzeiros. Dois dos leões de mármore estão no Instituto Ricardo Brennand, na cidade do Recife, Pernambuco.

Campanha d'O Globo pela Demolição

Campanha d’O Globo pela Demolição

Objetos Encontrados em 2015

Em 2015, foram encontrados vários objetos perdidos, que estavam no depósito do museu do Senado Federal (link ao final desta postagem). O material estava em 16 caixas que vieram do Palácio Monroe e nunca foram abertas. As peças passarão por higienização, identificação, fichamento e restauração. Entre as peças, encontram-se lustres de 1,8m de altura, adornados com rosáceas douradas e bulbos de cristais.

E agora fazem parte do Patrimônio do Senado Federal.

Fotos do Interior do Palácio Monroe

Corte Digital do Monroe

Corte Digital do Monroe

Fonte

Interior do Palácio Monroe - Plenário do Senado

Plenário do Senado – Interior do Palácio Monroe

 

Interior do Palácio Monroe - Plenário do Senado

Plenário do Senado – Interior do Monroe

Primeiro Pavimento - Interior - Palácio Monroe

Primeiro Pavimento – Interior – Palácio Monroe

Interior do Palácio Monroe - Foto de Torres - Acervo de George Ermakoff - 1

Interior do Palácio Monroe – Primeiro Pavimento

Interior do Palácio Monroe - Foto de Torres - Acervo de George Ermakoff - 2

Interior do Palácio Monroe – Salão de Honra – 1907

Imagens do Interior do Palácio Monroe são atribuídas a Augusto Malta – Acervo de George Ermakoff.

Imagens sem autoria indicada são de Autores Desconhecidos. Se você conhece a autoria de alguma destas fotos, me comunique.

Fonte

Onde estão os leões que guarneciam o Palácio Monroe?

Pesquisa de Celia Fernanda – link

Não existe mistério quanto ao paradeiros dos quatro leões de mármore italiano que enfeitavam as escadarias do Palácio Monroe.

Dois dos leões ladeiam portão medieval de um belo Castelo que é o Instituto Ricardo Brennand nos arredores do Recife. O espaço é lindíssimo, com um acervo de quadros de pintores famosos da época dos Holandeses em Pernambuco.

Os outros dois leões estão na Fazenda São Geraldo, comprados na década de 70 pelo pecuarista Luiz Carlos Franco.

E assim, todo o acervo do Palácio Monroe, encontra-se distribuído pelo Brasil.

Foi TUDO vendido como SUCATA! Triste fim!

Um dos leões ainda no Palácio Monroe

Um dos leões ainda no Palácio Monroe

Durante a demolição do Monroe, aqui, dois dos quatro leões sendo removidos

Durante a demolição do Monroe, aqui, dois dos quatro leões sendo removidos

Dois leões já no Instituto Brennand no Recife

Dois leões já no Instituto Brennand no Recife

Os outros dois na Fazenda São Geraldo em Minas Gerais

Os outros dois na Fazenda São Geraldo em Minas Gerais

Saiba mais

Especial Monroe – O Globo

Outros Detalhes – Senado Federal

Reconstrução Gráfica do Palácio Monroe

Outras Imagens do Monroe

Outras Imagens do Monroe – O Globo

Outras Imagens do Monroe – Flickr do Senado

Histórico do Palácio Monroe – Diário do Rio

História do Monroe – Diário do Rio

Descoberta dos Lustres que foram usados no Monroe

Fotos de alguns objetos utilizados no Senado ainda no Monroe

Braziliana Fotográfica

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